sexta-feira, 28 de agosto de 2009

AFM exige 1500 euros mensais ao Clube Sport Juventude de Gaula pelo uso do Centro de Formação de Futebol sito na Freguesia


Jornal Cidade

Club Sport
Juventude de Gaula
alvo de discriminação

A candidatura do PS à Câmara Municipal de Santa
Cruz denunciou ontem, em conferência de imprensa,
que o Club Sport Juventude de Gaula (CSJG) está a ser
discriminado. Em causa está o facto do referido clube
não ter verbas para suportar o aluguer da utilização do
Centro de Formação de Futebol do Funchal, sito na freguesia
de Gaula.
Segundo referiu Óscar Teixeira, cabeça de lista pelo PS
à Câmara Municipal de Santa Cruz, a 21 de Setembro de
2007, a Câmara Municipal assinou um protocolo que estipulava
o valor mensal de 1000 euros comparticipados
pelo Município em acordo bilateral entre este e a Associação
de Futebol da Madeira (AFM).
Porém, “a Câmara nada pagou e em Agosto de 2008, o
CSJG foi impedido de utilizar este complexo por falta de
pagamentos. Foi então renegociado o valor de 750 euros
mensais a dividir pelo Clube, Município e Junta de Freguesia.
Mas, após uma oportuna interrupção para obras,
a AFM exigiu o valor mensal de 1500 euros”, apontou o
candidato socialista. J.T

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A situação discriminatória do Club Sport Juventude de Gaula

Comunicação à Imprensa

O Club Sport Juventude de Gaula movimenta nas diversas camadas de formação do futebol mais de 200 jovens. Contudo, com este complexo desportivo próximo da sua sede, tem que andar com a casa às costas e deslocar-se ao complexo das Eiras em Santa Cruz, tendo os jovens que regressar após a meia-noite.
Desde 2001 que foi prometido pelo IDRAM ao Juventude de Gaula a utilização deste complexo desportivo a construir pela Associação de Futebol na freguesia.
As colectividades desportivas deste Concelho usufruem gratuitamente de instalações desportivas na sua freguesia, excepto Gaula. Excepto Gaula, porque viu defraudado o prometido acordo entre o IDRAM e, em especial, a Câmara com a AFM.
Porque acreditou na palavra do Presidente do GR, quando na inauguração da sede do Juventude de Gaula, em Abril de 2005, afirmou: “Não venham (…) dizer que vão fazer isto e aquilo, com o dinheiro do Governo. (…) Nos planos destes quatro anos, está aí a arrancar essa infra-estrutura desportiva, (…) o campo de futebol, onde, a exemplo do que se fez noutros campos ao nível de freguesia, se concebe as instalações para o clube encontrar aí um suporte logístico. (…) Anunciam coisas e ainda por cima têm a lata de dizer que não é para a freguesia. Bem, isso comigo não, nem pensar”.
Quatro meses depois, com toda a solenidade, é lançada a primeira pedra deste chamado Centro de Formação e Excelência de Futebol.
Em Fevereiro de 2007, é inaugurado o complexo de todos os sonhos, com os maiores elogios do Presidente do GR esquecido do que dissera 2 anos atrás.
Foram gastos 4 milhões de euros suportados numa dívida que será paga pelo GR durante 15 anos. A maior fatia desses custos foi para as instalações complementares que praticamente nunca foram usadas. Além disso, contam-se pelos dedos as vezes que a Associação utiliza anualmente o relvado sintético.
Mas parece que compete ao clube da terra suportar o pesadelo deste sonho.
Por exemplo, o IDRAM paga 17 mil euros anuais a cada clube (Camacha, Machico, União ou Portossantense) pela manutenção dos respectivos relvados naturais. O CD Ribeira Brava usa gratuitamente o Centro Desportivo da Madeira da SDPO suportado pelo IDRAM.
Em 21 de Setembro de 2007, a Câmara assina um protocolo que estipula na cláusula dois o valor mensal de 1000 euros comparticipados pelo Município em acordo bilateral a ser celebrado entre este e a AFM (*)
Mas a Câmara nada pagou e em Agosto de 2008, o Juventude foi impedido de utilizar este complexo por falta de pagamentos. Foi então renegociado o valor de 750 euros mensais a dividir pelo Clube, Município e Junta de Freguesia. Mas, após uma oportuna interrupção para obras, a AFM exige o valor mensal de 1500 euros.
E por fim pergunta-se: quem é que garantiu em 18 de Abril de 2005 que “Não venham (…) dizer que vão fazer isto e aquilo, com o dinheiro do Governo. (…) e ainda por cima têm a lata de dizer que não é para a freguesia. Bem, isso comigo não, nem pensar”.

Conferência de Imprensa em Gaula, 25 de Agosto de 2008

Gaula: uso do Complexo Desportivo pelo Club Sport Juventude de Gaula

Estiveram presentes na Conferência de Imprensa, além do candidato a Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Engenheiro Óscar Teixeira, o candidato a Presidente da Assembleia Municipal de Santa Cruz, Gil França, o candidado e anterior Presidente da Junta de Gaula, Nazário Coelho, o Deputado da República, Dr. Jacinto Serrão, e vários elementos das candidaturas do PS no Concelho de Santa Cruz, como Isabel Aguilar, Miguel Fonseca, Marco Nelson e José António Nunes.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

SOBRE O NEGÓCIO DO EDIFÍCIO PARTILHADO

(imagem obtida aqui)


Relativamente à recente aprovação pela Câmara do arrendamento do chamado “Edifício de Serviços Partilhados”, analisados os factos e os documentos, estamos em condições de afirmar peremptoriamente que se tratou de um claro negócio com vantagens desmesuradas a favor de um conhecido empresário da Camacha, afecto ao sistema, e com os consequentes danos gravosos para o erário municipal.
1.
Em primeiro lugar temos a venda pela Fundação Social Democrata, ou seja, o PSD vende em 2007 o terreno ao empresário, no mais completo silêncio e imobilismo deste executivo e Presidente de Câmara do PSD. Mas poucos meses depois já é lançada a grande ideia dos serviços partilhados no local.
Em Março, numa máscara de transparência de processos, é lançado o anúncio de Oferta Pública para arrendamento de um edifício para esse efeito. Mas as características exigidas para tal edifício são tais que apenas poderiam ser satisfeitas por um e um só concorrente, nomeadamente forçando a que tivesse área de construção superior a 7 mil metros quadrados acima do solo, capacidade de estacionamento superior a 350 lugares e que apenas distasse até 150 metros da Igreja Matriz de Santa Cruz.
Absolutamente confiante de que seria o único concorrente, o empresário através da sua empresa “Tijolo Branco”, apresentou uma proposta leonina de grandes lucros garantidos sem risco.

2.
Ao invés do “Tijolo Branco”, a Câmara ficou com o risco de um verdadeiro elefante branco, ao ter que assumir o papel de imobiliária para garantir uma renda anual de um milhão e meio de euros (10% das receitas correntes), actualizável todos os anos.
O programa de concurso não estipulou preços máximos, pelo que a única proposta teria de ser aceite sem qualquer negociação.
Também, não foi conhecido qualquer estudo nem mencionados os necessários parceiros publico-privados que pudessem garantir a total ocupação de 7600 m2 de serviços, sobretudo com os altos preços propostos. E quem garante que esses serviços se mantenham durante 30 anos, com as novas tecnologias que reduzem os espaços e as distâncias?
Em termos de comparação, note-se que estes 7600 m2 superam em 6 vezes a área de construção do actual Tribunal ou em 15 vezes a área de culto da Igreja Matriz.
Nesta falta de planeamento nem consta qualquer ideia funcional sobre o futuro do edifício do actual tribunal. Confrontado, o Sr. Presidente gaguejou que poderia ser qualquer coisa como, por exemplo, imagine-se, de uso turístico. Confessa, contudo, que precisará ainda de dois anos para inventar as necessidades para o seu uso.

3.
Todas as acções e omissões administrativas são demasiado claras para compreender os contornos deste negócio que no mínimo revela uma gestão danosa sobremaneira lesiva neste contexto de crise e de alto endividamento da Câmara.
Na verdade a proposta da empresa “Tijolo Branco” reveste-se de contornos quase escandalosos.
Assim, a proposta de 6,39 €/m2 não distingue áreas de serviços e de estacionamento. Significa que a renda de um estacionamento ficará por 200€ mensais, ou então, se admitirmos valores devidamente ponderados, teremos áreas de serviços acima do 10€/m2, actualizáveis anualmente.
De igual modo, na cláusula obrigatória de promessa de venda, a proposta define o valor do imóvel em 21 milhões e meio de euros, na base de 1090 €/m2 (novamente não distinguindo áreas de serviços e de estacionamento). Refira-se que o DRR 5/2009/M fixa o valor do metro quadrado padrão para efeitos da indústria da construção civil para o ano de 2009 em 696,25€.
Estamos portanto em presença de uma mais valia a favor do proponente de pelo menos 7 a 8 milhões de euros.
Mais ainda, nesta proposta de venda, o valor do imóvel é acrescido em cada ano pelos juros à taxa euribor mais 2%, ou seja, uma média de um milhão de euros ao ano.
Mais ainda, nesta proposta de venda, serão deduzidos todos os montantes pagos por IMI e outras taxas.
Por isso, afirmamos que, se, na oportunidade, a Câmara assumisse a preferência de compra, poderia agora lançar concurso público de construção em parceria publico-privada a quase metade dos custos e sem necessidade de recorrer ao crédito. E porque não serve aqui a Sociedade de Desenvolvimento?
Por isso também, denunciamos aqui publicamente as afirmações absurdas e falsas do Sr. Presidente, quer na Assembleia Municipal quer na imprensa, de que o imóvel será amortizado dentro de um prazo aproximado de 16 anos.
Na melhor das hipóteses, com euribor a 3%, a amortização far-se-á ao fim de 32 anos depois de terem sido pagos 55 M€, porque ao fim de 16 anos serão precisos mais 13 milhões a juntar aos 26 Milhões pagos.
É por estas e outras razões que o custo do consumo da água sofreu um aumento de 80%, que o IMI assume valores incomportáveis, que o Bairro Social do Salão e o cemitério do Caniço paralisaram há 3 anos, que no rankink nacional das dívidas a fornecedores esta Câmara vai no pelotão da frente com um prazo médio de pagamento de 307 dias.

Santa Cruz, 4 de Julho de 2009

O novo cemitério do Caniço sem fim à vista após 6 anos




Já há muitos anos que o actual cemitério do Caniço vem funcionando em precárias condições num espaço exíguo para uma freguesia em forte crescimento populacional. Por exemplo, o Caniço duplicou o número de eleitores desde 2000 para cá.
Por outro lado, a sua localização não tem permitido um espaço público junto à igreja mais amplo e condigno com uma cidade.
Por isso, foi tardiamente que a Câmara de Santa Cruz inscreveu a construção do novo cemitério no Plano de 2003, até porque há que esperar mais 7 após a desactivação do actual.
O actual cemitério com menos de 1800 m2 contrasta, por exemplo, com os 4000 m2 em Santa Cruz.
A sua capacidade ronda as 420 sepulturas sendo que só em 2008 foram ocupadas 80. Segundo consta, a situação actual é de ruptura eminente e será de prever que, a curto prazo, os funerais se transfiram para outra freguesia com impacto bastante gravoso a nível sentimental, religioso e cultural das suas populações.

Perante este cenário, assiste-se à passividade total desta Câmara com as obras da 1ª. fase do novo cemitério iniciadas há 6 longos anos e agora completamente paralisadas, tendo já sido gastos 1,3 milhões de euros.
Conforme se pode verificar o abandono da obra reduziu este espaço a um grande matagal com acácias e eucaliptos já de grande porte.
Mas, se não se vê o fim desta 1ª. fase, acresce que a 2ª. fase ainda não consta do Plano de 2009.

A paralisação desta obra eminentemente prioritária é um dos mais gritantes exemplos da gestão reumática desta Câmara, que, endividada após o esbanjar sem critério da anterior gestão, navega sem rumo de prioridades.

PS-Santa Cruz, 7 de Março de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Declaração à Imprensa do Engenheiro Óscar Teixeira na apresentação da Candidatura





Com esta candidatura, o PS-Santa Cruz garante a continuidade de um processo colectivo e organizado na luta democrática, com provas dadas ao longo de muitos anos, a favor das populações.
As pessoas passam mas as organizações ficam com o seu património ideológico.
Comigo e com todos os elementos das equipas agora candidatas, ficam assegurados os grandes e verdadeiros valores do socialismo democrático e de esquerda, baseado no desenvolvimento sustentado e solidário de e para todas as pessoas.
Este Concelho, sem gestão nem regras, não pode mais ser uma espécie de “far-west” para proveito de especulações e interesses de alguns poucos.
Há que planear e gerir este Concelho para que possa realmente ser vivido e amado pelas suas populações.
Por isso, o nosso lema é quase um grito de SOS: “SANTA CRUZ, UM CONCELHO PARA VIVER”

Palavras proferidas pelo Engenheiro Óscar Teixeira, candidato do PS a Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

O lugar da casa no espaço da cidade



Veja-se o que diz Goitia sobre o lugar da casa no espaço e compare-se com as construções nos espaços urbanos ou urbanizados do nosso Concelho, seja em Santa Cruz, Camacha, Santo, Gaula e na Cidade do Caniço.
De acordo com Goitia, “os elementos estruturais que constituem a cidade são: a casa, a rua, a praça, os edifícios públicos e os limites que a definem dentre da localização no espaço. De tal modo que, numa cidade, todos estes elementos devem obedecer a necessidades profundas da comunidade, a circunstâncias espirituais de toda a ordem, e a condições do meio físico, clima e paisagem. Todos estes elementos (casa, rua, praça, monumentos, limites) obedecem a uma concepção unitária, e assim, não pode existir uma rua muçulmana com casas góticas, nem uma catedral junto a uma ágora clássica, nem qualquer outra combinação de elementos heterogéneos. Cada estrutura urbana é essencialmente unitária. Diz Egli que a ideia fundamental de uma cidade está implícita na ideia da casa individual dessa cidade”.
Contudo, uma cidade não é “apenas um conjunto de casas, o que seria uma visão excessivamente simplista do fenómeno urbano. Existem casas no campo, dispersas ou em grupo, como as granjas e hortos, sem, no entanto, constituírem cidades. A cidade é outra coisa: uma determinada organização funcional que se cristaliza em estruturas materiais. Mas isto não exclui que um dos elementos determinantes dessas cristalização seja a casa, em relacionamento com os outros factores determinantes.
A fórmula da cidade muçulmana é a organização de dentro para fora (da casa para a rua, por assim dizer), quando na cidade ocidental o que se generalizou foi o contrário: a partir da rua previamente traçada, com ou sem plano, as casas foram ocupando o seu lugar e conformando-se com a lei distributiva”. (Cf. Goitia e a sua história do urbanismo, pp. 114/5).

Cidade e natureza – como conciliar a urbe e o campo






Goitia, cita Ortega Y Gasset: «a cidade é uma tentativa de secessão feita pelo homem para viver fora e frente ao cosmos do qual aproveita porções escolhidas e delimitadas».
Ortega y Gasset estabelece nesse conceito a diferença radical entre cidade e natureza, em que a cidade é uma criação abstracta e artificial do homem. Goitia afirma que “Para Ortega, a cidade por excelência é a cidade clássica e mediterrânica, onde o elemento fundamental é a praça. «A urbe – diz Ortega – é, antes de mais, o seguinte: praceta, agora, local para conversa, discussão, eloquência política. Em rigor, a urbe clássica não devia ter casas, mas apenas as fachadas necessárias para delimitar uma praça, cena artificial que o animal político retira ao espaço agrícola». (Goitia, Fernando C., “Breve História do Urbanismo”, 110). «A cidade clássica nasce de um instinto oposto ao doméstico. Edifica-se a casa para se estar nela; funda-se a cidade para se sair de casa e reunir-se com outros que também saíram de suas casas».
Ortega move-se dentro da órbita da cidade clássica, isto é, dentro da cidade política. A cidade onde se conversa e onde os contactos primários predominam sobre os secundários. A agora é a grande sala de reunião e sede da tertúlia da cidade, que, em sentido lado, é a tertúlia política. Não podem restar dúvidas sobre o facto de este tipo de cidade loquaz, conversadora, ter tido muito a ver com o desenvolvimento da vida citadina, e com o facto de, na medida em que diminui esta loquacidade, declinar o exercício da cidadania.
Por isso, as cidades da civilização anglo saxónica, cidades caladas ou reservadas, têm em vida doméstica o que lhes falta em vida civil. Esta distinção entre cidades domésticas e cidades públicas é mais profunda do que parece e não foi suficientemente desenvolvida pelos que se têm dedicado ao estudo da cidade. Uma é cidade de dentro de portas e outra é cidade de fora de portas. Ainda que pareça paradoxal à primeira vista, a cidade exteriorizada está muito mais em oposição [ao campo] que a cidade interiorizada. A questão é óbvia: para os vizinhos da primeira, o verdadeiro habitat é o exterior, a rua e a praça, que, embora não tenha tecto, tem paredes (fachadas) que a segregam do campo circundante.
Já a cidade íntima tem o seu habitat na casa, defendida por tectos e paredes. Não tem necessidade de segregar-se do campo, já que, este, fundo, é isolador e contribui poderosamente para a intimidade.
Por conseguinte, a cidade das fachadas é muito mais urbana, se entendermos assim uma cidade oposta ao campo, do que a cidade de interiores.
Para o homem latinizada e mediterrânico, o essencial e definitivo da cidade é a praça e o que significa, a tal ponto que, quando esta falta, não entende que se possa chamar cidade a uma tal aglomeração urbana.
Foi esse sentimento de Goitia quando se encontrou com a civilização e a vida americanas: «… Encontrava-me perante uma civilização sem cidades», o que podia parecer uma boutade; mas não o será sempre que identifiquemos o conceito de cidade com o de vida exteriorizada e civil.
Será difícil para os anglo-saxões aceitarem a ideia que lhes falta cidades no sentido da civitas latina ou da polis grega. Pode dizer-se, quando muito que possuem “towns”, palavra que provém do inglês antigo “tun” e do antigo teutónico “túnoz”, que significa recinto fechado, parte do campo que corresponde a uma casa ou a uma granja. Não se trata, portanto, de um conceito político [como a civitas latina ou a polis romana] mas de um conceito agrário.
Os Estados Unidos, [tendo como base o conceito latino da civitas ou grego da polis], não têm cidades como nós as entendemos, embora existam aglomerações humanas, concentrações industriais, regiões suburbanas, conurbações, etc.
A este respeito, é sintomática a formação dos povoados na Nova Inglaterra. No meio do campo, as casas isoladas começam a apinhar-se, nunca demasiado, e desde o início sem se tocarem nem perderem a sua autonomia; contudo, quando, quando chegam ao centro, deixam um grande espaço vazio, chamado common. Este common não é, nem pouco mais ou menos, uma praça, uma agora, mas sim uma parte do campo especialmente preservada. Como se as casas, ao unirem-se, sentissem a nostalgia do campo deixado para trás e voltassem a recuperá-lo na parte de maior importância valorizando-o, exaltando-o. Em vez de uma secessão do cosmos, trata-se de uma valorização da paisagem, enquadrando-a convenientemente. Na pradaria do common pastam os rebanhos e ruminam os bovinos por baixo de olmos gigantescos e muito belos. A cidade doméstica e calada é uma cidade eminentemente urbana.
A polaridade dos dois conceitos exerce-se entre a cidade doméstica e a cidade civil.
(CF. Fernando C.Goitia)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A cidade medieval e a cidade barroca. Origem das grandes cidades do Ocidente.






Goitia fez a sistematização dos conceitos da cidade segundo a época e aqueles que a viram como espaço de convívio por oposição ao espaço despovoado.
Afonso X, o Sábio, define a cidade como o espaço encerrado por muralhas, com os arrabaldes e edifícios que as muralhas defendem. É a cidade medieval, que só pode ser concebido com muros que a defendam da ameaça.
Cantillon, no século XVIII, imagina a origem de uma cidade como o resultado de os senhores acorrerem a um lugar agradável onde um príncipe ou senhor fixou residência. Temos a cidade barroca, de carácter senhorial, eminentemente consumidora, onde reina o luxo que, segundo Wermer Sombart, esteve na origem das grandes cidades do Ocidente, antes do começo da era industrial.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Omnis civitas contra se divisa non stabit


Esta frase dos Livros Sagrados (que a Universidade Nova de Lisboa adoptou como divisa), significa que o futuro de uma cidade se constrói com base na sua coesão social, cultural, urbanística e histórica, sem o que os espaços entrarão em desintegração, porque "toda a cidade dividida contra si, não permanecerá" nem terá Futuro.

Que conceito de crescimento para um município e os seus espaços urbanos?


Que conceito de crescimento para um município e os seus espaços urbanos?

Não é possível ter uma ideia de desenvolvimento municipal no Concelho de Santa Cruz, sem ter uma ideia dos espaços, o espaço urbano, o espaço rural, o espaço agrícola, o diálogo entre eles. Os núcleos urbanos das diversas freguesias do Concelho, Santo António da Serra, a Camacha, Gaula, o Caniço, Santa Cruz devem crescer em harmonia com o espaço envolvente, que é, normalmente, e, em alguns casos, predominantemente de natureza rural e agrícola.
A abordagem do conceito de espaço não pode, como lembra Fernando C. Goitia, partir de uma só perspectiva . Um espaço, urbano ou rural, pode ser visto sob um número infinito de ângulos. Na ocupação do espaço, «a natureza prepara o local e o homem organiza-o de maneira a satisfazer neles as suas necessidades e desejos», afirma Vidal de la Blache, conceito elaborado sob o ângulo da geografia.
Sob o ângulo da Economia, afirma Pirenne: «Em nenhuma civilização a vida das cidades e dos espaços circundantes se desenvolveu independentemente do comércio e da indústria». No nosso caso, todos conhecemos a deslocação e a venda de produtos agrícolas dos nossos pais e avós no mercado do Funchal. Produziam e comerciavam, muitas vezes com banca própria no mercado, vendendo os produtos agrícolas, pois cada um “da rocha dura desbravou a terra para lançar do pão a semente”. Mais recentemente, a indústria hoteleira que se foi instalando no Concelho.
O conceito e o ângulo da política que conhecemos da cidade desde Aristóteles, que dizia “a cidade [a vila, a freguesia, o sítio] implica um certo numero de cidadãos”.
Já Mumford, segundo o ângulo da sociologia afirma que «a cidade, [a vila, a freguesia] são a forma e o símbolo de uma relação social integrada». Estará essa relação social integrada a ser respeitada quando crescem as margens da exclusão social em tempos de crise terríveis, sem as necessárias medidas sociais atenuantes, com o desemprego a crescer de forma dramática?
Há a ainda o conceito de espaço urbano segundo o ângulo da arquitectura e da arte, segundo Alberti, de acordo com o qual a qualidade arquitectónica de um espaço ou de um núcleo urbano está directamente ligado à ideia de cidade, e a solidez das instituições costuma avaliar-se pela dos muros que a protegem.
A crer nestes diferentes conceitos, e partindo deste último, que ideia podemos fazer da solidez da política municipal da actual equipa camarária, olhando, por exemplo, para o caos urbanístico instalado na Cidade do Caniço, como muito bem já disse o nosso candidato a Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Engenheiro Óscar Teixeira?

Uma campanha eleitoral baseada em conceitos, em ideias, em propostas e no esclarecimento

As campanhas eleitorais não podem servir apenas para o apelo ao voto. O apelo ao voto deve ser feito com base em propostas que interessem aos cidadãos, aos munícipes, neste caso, e essas propostas devem assentar em projectos construídos em conceitos muito claros sobre o que é a realidade municipal e o que é necessário fazer para melhor a qualidade de vida dos Cidadãos.
Consideramos essencial que uma campanha sirva também para esclarecer e para nos esclarecermos. Por isso, nesta página, desenvolveremos e exporemos grandes linhas temáticas como:

1. O Urbanismo
2. Ordenamento do Território e da paisagem.
3. O que é a Imagem de um uma Cidade.
4. O que é que se considera a Boa Forma da Cidade.
5. o que é a paisagem, como é que ela evolui.
6. Paisagem, economia e organização social
7. Paisagem, cultura e territorialidade.
8. Paisagem e organização.
9. Estrutura e organização da paisagem e paisagem culturais.
10. A cidade do presente - o urbanizmo em expansão

Fernando Goitia chama a atenção para o facto de que o desenvolvimento das cidades e das formas de vida urbana ser uma das características da civilização contemporânea. Por volta de 1800, a Europa tinha uma população urbana que não ultrapassava os 3%, hoje já ultrapassa em muito os 50%.
No casa da Madeira, passou-se de uma única cidade, o Funchal, para o presente, onde já existem sete cidades, Câmara de Lobos, Funchal, Caniço, Santa Cruz, Machico, Santana e cidade da Vila Baleira ou do Porto Santo. Antes, falava-se do Funchal e dos Concelhos rurais. Hoje, esse conceito tem de ser revisto, em todas as suas implicações. Pode, quando muito, falar-se em zonas urbanas, suburbanas e rurais e com elementos de ruralidade, nos diferentes concelhos, incluindo o Funchal e todos os outros cuja núcleo urbano ainda não possui a designação administrativa de cidade.
No quase único de Santa Cruz, há a peculiaridade de ser o único Concelho da Região Autónoma em que existem suas cidades: a sede de Concelho, Santa Cruz, e o Caniço. Esse facto deve ser determinante para uma política municipal responsável e visão de futuro, em respeito pelo passado histórico do município e da sua memória, para que o crescimento seja feito em harmonia, em diálogo entre os diferentes tempos históricos e não em conflito entre eles.

Gil França é o candidato do PS a Presidente da Assembleia Municipal de Santa Cruz



O camarada Gil França é o candidato do PS à Presidência da Assembleia Municipal de Santa Cruz. Gil França tem uma brilhante folha de serviços prestados ao Partido Socialista e à Democracia. Foi candidato a Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, com um resultado histórico, ficando à beira de ganhar à Câmara. Deputado na Assembleia Legislativa da Madeira e à Assembleia da República, Gil França é um dos fundadores do PS no Concelho de Santa Cruz, município onde o Partido Socialista se afirmou com os seus valores e os seus princípios. A candidatura do PS sente-se honrada com a sua participação e a sua disponibilidade para, mais uma vez, servir a Democracia num momento crucial do processo político.